A crise no Brasil vem deixando sua marca em diversos segmentos. Na indústria hoteleira, o setor teve uma queda entre 15 e 20%. Embora tenha fechado o ano com um recorde na receita (665 milhões de euros), a empresa afirmou que o mercado brasileiro foi prejudicado. Com queda de 5,8% no volume de negócio dos hotéis no Brasil. Na América do Sul, o valor ficou em – 2,9%. A receita por quarto disponível (Revpar) apresentou um recuo de 8,3% na América do Sul. No Brasil a queda foi de 5,8 pontos percentuais.
Já em relação à taxa de ocupação, os hotéis Accor no Brasil atingiram a marca de 61,7%, superior a média nacional que obteve 51,89%, segundo dados do Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil). A fim de se blindar dos resultados da crise, o CEO do Grupo para América do Sul, Patrick Mendes, afirmou que o grupo teve que tomar algumas medidas e rever processos.
“Criamos um novo Comitê de Direção para gerenciar a América do Sul”, explica. O Comitê atende 12 países no total, entre Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Equador, Bolívia, Venezuela e outros. “De forma horizontal, com o comitê fica mais fácil compreender o mercado e ter uma atuação mais ágil”, completa. Entre os objetivos do comitê estão: ampliar o relacionamento com os investidores; potencializar a plataforma de distribuição através das ferramentas accorhotels.com e leclubaccorhotels.com; oferecer melhor experiência aos hóspedes, com foco na qualidade dos serviços prestados; e valorizar mais os funcionários.
Com 14 membros, o comitê criou ainda uma área de Controladoria de Operações, a fim de otimizar gestões e controlar os gastos. Os custos também foram reduzidos, a empresa passou a contratar fornecedores regionais. Outro forte investimento foi na ferramenta de fidelização: Le Club.
“Nosso número de clientes fidelidade aumentou. Hoje contamos com 2,6 milhões de associados na América do Sul, um crescimento de 30% em relação à 2014, sendo responsável por 37% das diárias”, completa o CEO.
Mendes ainda destacou que o grupo vai investir mais no segmento de lazer. “Nos últimos 15 meses temos desenvolvidos atividades ligadas ao lazer, como piscinas, academias, praias etc. Além de melhorarmos a experiência dos nossos clientes através de projetos tecnológicos”, concluiu.
2016 trará resultados positivos – De acordo com Mendes, a Accor está mais positiva em relação à 2016. “Esperamos um aumento de 6% na taxa de Revpar. Estamos mais protegidos e melhor preparados para lidar com a situação econômica do Brasil. O nosso volume de compra, por ser maior, também nos permite negociações melhores”, destacou. Em relação à expansão na América do Sul, Mendes prevê mais conversões. “São mais rápidas e mais baratas”.
Market-Place terá novos adeptos – Em relação ao programa de Market-Place, que disponibiliza hotéis independentes nas plataformas de distribuição da Accor, à exemplo do Maksoud Plaza (SP), Mendes destacou que a parceria irá se estender para outros hotéis. O executivo não deu mais detalhes, mas afirmou que novidades serão anunciadas em setembro.