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Agências e Operadoras / Destinos

Vacinação e fronteiras fechadas impulsionam destinos de inverno em julho

Edição especial de 50 anos marca início de nova fase. Programação terá, além de ícones da música clássica, artistas populares em shows sinfônicos inéditos em Campos do Jordão e também na capital.

Campos do Jordão (SP), um dos principais destinos de inverno do Brasil

O Brasil, que sempre teve como carro-chefe destinos de sol e praia, viu nos últimos anos um crescimento considerável nos destinos de inverno. A diversificação de produtos, novas atrações e impacto das redes sociais ampliaram a promoção de cidades turísticas especializadas neste segmento.

Não só as tradicionais Gramado (RS) e Campos do Jordão (SP) ampliaram seu público, como também outros mercados emergiram a ponto de despertar o interesse de grandes operadoras, principalmente no interior de São Paulo, sul de Minas Gerais e nas serras gaúcha e catarinense.

Além do público que tradicionalmente faz viagens nacionais neste período, a pandemia de Covid-19 foi responsável para ampliar ainda mais a demanda doméstica. Com fronteiras fechadas nos Estados Unidos e nos principais destinos europeus, turistas e operadoras olharam com mais atenção para os destinos de inverno no Brasil. Esta restrição nas viagens internacionais, somada ao avanço da vacinação vem despertando um otimismo destas cidades turísticas e operadoras para esta temporada.

“Temos uma percepção e começamos a ver uma movimentação das pessoas e um aquecimento nas vendas e na procura. A gente percebe o turista procurando operadores para ir a estes destinos, principalmente por buscar mais segurança, algo que a pandemia passou a exigir, e também pelas diversas mudanças nas regras, com esse abre e fecha, que levam eles a querer indicações de destinos. A pandemia acabou trazendo esta oportunidade e está todo mundo mudando, tanto o turista, como os destinos, os hoteleiros e os operadoras, que passaram a olhar mais para este mercado”, afirma Marina Figueiredo, vice-presidente da Braztoa.

“Temos uma percepção e começamos a ver uma movimentação das pessoas e um aquecimento nas vendas e na procura. A gente percebe o turista procurando operadores para ir a estes destinos, principalmente por buscar mais segurança, algo que a pandemia passou a exigir”

Marina destaca a alta na procura para destinos que antes costumavam ter reservas diretas, como São Roque, Cunha, Campos do Jordão e Monte Sião, todos em São Paulo, mas ressalta que a serra gaúcha, com Gramado e Canela, segue como o principal produto para esta temporada. “Gramado sempre muito forte, é o principal destino de inverno das operadoras”, completa.

Uma pesquisa divulgada no fim de junho pela Decolar colocou Gramado como o destino mais buscado para o mês de julho. Também no Sul, Foz do Iguaçu (PR) e Porto Alegre (PR) aparecem entre as 15 primeiras colocadas. Com base em dados de operadoras, a cidade de Gramado vem presentando alta nas buscas desde o mês de maio, quando foi notado um reaquecimento do mercado após a segunda onda. A expectativa da hotelaria local é chegar a 75% de ocupação durante os fins de semana de julho, índice definido como limite pelos protocolos de segurança do estado.

O principal destino da Serra Gaúcha também se beneficiou neste ano da abertura de novas atrações na região. Gramado ganhou um parque aquático indoor de águas termais, o Acquamotion, um novo resort inspirado na região da Toscana, o Buona Vitta, além Skyglass, inaugurado em Canela. As atrações se juntam ao Snowland, parque de neve inaugurado em 2014.

VIAGENS PRÓXIMAS FAVORECEM DESTINOS PAULISTAS

Um nicho que cresceu com a pandemia e deve ser explorado nas férias de inverno é o de viagens para destinos próximos a residência dos emissores. Neste contexto, os destinos de inverno de São Paulo se beneficiam pelo potencial do maior polo emissor do país.

“Mesmo vivendo uma pandemia inédita que abalou o setor, alguns hábitos se mantêm no consumo de viagens e turismo. A temporada de inverno em São Paulo será uma boa amostra disso. Mesmo antes, em alguns finais de semana e feriados, como o 1º de Maio ou Corpus Christi, o que era uma tendência se materializou: as atrações da Rota do Vinho, em São Roque, por exemplo, tiveram boa ocupação, assim como Campos do Jordão, que chegou a receber mais de 30 mil pessoas. Já é reflexo positivo do avanço da vacinação, que começou por São Paulo, mas não deve ser entendido como um ‘liberou geral’. Conviveremos com os cuidados necessários por alguns meses”, explica Vinicius Lummertz, secretário de Turismo do Estado de São Paulo.

“Mesmo vivendo uma pandemia inédita que abalou o setor, alguns hábitos se mantêm no consumo de viagens e turismo. A temporada de inverno em São Paulo será uma boa amostra disso

“As viagens de proximidade incentivarão o consumo dos destinos paulistas e tiveram resposta rápida sempre que foi possível o deslocamento com mais segurança. O ideal é que os viajantes descubram São Paulo de forma mais ampla: Campos do Jordão é linda, mas a Mantiqueira Paulista tem muito mais atrações. Os amantes do vinho e da boa gastronomia podem ir para São Roque, mas têm à disposição vinícolas com boa estrutura em Espírito Santo do Pinhal, em Amparo e em mais de uma dezena de cidades. A oferta do Estado é plural e independente do motivo da viagem sempre haverá mais de uma opção”, completa.

Vinicius Lummertz, secretário de Turismo de São Paulo

Vinicius Lummertz, secretário de Turismo de São Paulo

CASE MONTE VERDE 

Esta opção por destinos próximos beneficiou também cidades do sul de Minas Gerais, principalmente Monte Verde, que despontou como um dos principais destinos de inverno para o público paulista, ao lado de Campos do Jordão. De acordo com Rebecca Wagner, presidente da MOVE (Agência de Desenvolvimento de Monte Verde e Região), esta temporada se encaminha para ser a melhor da história do destino em termos de movimentação financeira.

“A temporada de Monte Verde nunca esteve tão boa como está agora. A gente considera este o melhor ano em movimentação financeira mesmo com capacidade reduzida. A fomentação do turismo interno está funcionando e as pessoas estão viajando e um turismo está acontecendo de uma forma financeiramente boa.  Tivemos muitas perdas com a pandemia, mas estamos recuperando rápido”, conta.

“A temporada de Monte Verde nunca esteve tão boa como está agora. A gente considera este o melhor ano em movimentação financeira mesmo com capacidade reduzida.

Rebecca explica que muito do sucesso na temporada também se deve aos protocolos implementados pelo destino, em especial o sistema de monitoramento implantado em junho do ano passado, que permite um controle do número de pessoas em Monte Verde. Com base na situação epidemiológica da região, a prefeitura determina uma porcentagem máxima de ocupação para meios de hospedagem.

Para garantir o cumprimento deste limite, os responsáveis devem cadastrar os dados dos hóspedes em um sistema que segue diretrizes estipuladas pela prefeitura. Por exemplo, um estabelecimento com capacidade para 100 hóspedes pode cadastrar atualmente apenas 60, pois o limite de ocupação atual é de 60%. Para fazer este controle, a cidade conta com uma barreira sanitária na região do centro, além de fiscalizações nos meios de hospedagem.

“Como você restringiu o número de pessoas que podem circular na cidade, as pessoas começaram a se organizar mais e estamos tendo um público que gasta mais e que se programa com antecedência. Com isso, estamos com todos os fins de semana até o fim de agosto lotados. Isso também levou a pessoas com um poder aquisitivo menor a viajar durante a semana, pelos preços menores e com mais datas a disposição. Resolvemos este problema da ociosidade nos meios de hospedagem nos dias de semana”, ressalta.

Nova pesquisa da Booking.com, revela que para 79% dos brasileiros é importante se sentir em casa quando estão em viagem .

Sistema de controle de turistas permitiu Monte Verde seguir aberta para o Turismo

O sistema foi implementado em todos os meios de hospedagem, incluindo hotelaria, pousada, casa de temporada e chalés. A presidente da MOVE salienta que a ferramenta seguirá em uso mesmo após a pandemia para ajudar na inteligência turística de Monte Verde. “Este sistema é muito interessante, pois temos os dados de onde vem cada pessoa. O nosso carro chefe é o público paulista, mas tivemos uma surpresa em saber que temos muitos visitantes do sul de Minas, e muita gente de Norte e do Nordeste do País neste último ano”, reforça.

Neste ano, a cidade também iniciou o desenvolvimento de um plano de marketing de promoção, com a ajuda do Sebrae, e já negocia a criação de um produto com a CVC.

ALÉM DO FRIO

Apesar das atrações de inverno ganharem espaço na preferência dos turistas, o Nordeste segue forte na temporada de julho, sendo a principal opção para quem deseja fugir das baixas temperaturas. O mesmo levantamento da Decolar que apontou Gramado em primeiro, listou dez cidades do Nordeste entre as 15 primeiras posições.

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Lista de destinos mais buscados em julho no site Decolar.com

 

“Temos esse outro lado, das pessoas que gostam de fugir do frio e que fazem com que o Nordeste venda muito bem nesta época. Nesta temporada, principalmente, temos muita procura, porque muitas pessoas não viajaram nas férias de verão e agora com a vacinação estão viajando”, explica Marina Figueiredo.

Essa temporada forte esperada para julho levou a Gol Linhas Aéreas a ampliar em 50% a sua oferta de voos para este mês. Serão 417 frequências diárias, podendo chegar a 481 nos dias de pico. Totalizando 75 mil assentos ofertados diariamente em 132 rotas.

Somente no Nordeste serão 188 voos diários, crescimento de 50% na comparação com junho

Somente no Nordeste serão 188 voos diários, crescimento de 50% na comparação com junho. Há aumento de oferta em praticamente todas as rotas na região, além da criação de novos voos de Salvador para Curitiba e Porto Alegre, de Fortaleza para Natal, Teresina e Juazeiro do Norte, e de João Pessoa para Congonhas.

Também com 50%, a Região Sul também foi uma das mais beneficiadas. Haverá ampliação de voos em Foz do Iguaçu (PR), Navegantes e Florianópolis (SC) e para Caxias (RS), que atende a cidades da Serra Gaúcha.

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