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Destinos / Manchete

Turismo continua seguro no Pantanal mesmo com incêndios, garante Fundtur-MS

Bruno Wendling, presidente da Fundtur MATO GROSSO DO SUL PANTANAL

Bruno Wendling, presidente da Fundtur-MS

Mesmo com a declaração de emergência pelo Governo do Mato Grosso do Sul devido ao incêndio florestal que atinge mais de 600 mil hectares do Pantanal, a Fundação de Turismo  estadual (Fundtur-MS) garantiu em entrevista exclusiva ao MERCADO & EVENTOS, que a atividade turística segue segura.

“Sempre que ocorre um incêndio, especialmente dessa magnitude, e é comunicada da forma como é, a percepção do turista nacional e internacional sobre o destino é afetada, principalmente para aqueles que têm viagens programadas. No entanto, as áreas turísticas estão distantes da região afetada, garantindo a segurança de todos. Estamos comunicando com clareza e eficiência, utilizando canais online e offline, para reforçar que o turismo continua seguro e em operação”, afirma Bruno Wendling, diretor-presidente da Fundtur-MS.

“As áreas turísticas estão distantes da região afetada, garantindo a segurança de todos. Estamos comunicando com clareza e eficiência, utilizando canais online e offline, para reforçar que o turismo continua seguro e em operação”

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as 2.246 queimadas registradas neste ano se aproximam do volume de 2020 para a mesma época, quando 26% do bioma Pantanal esteve em chamas, e a qual é considerada a maior devastação histórica do bioma. Na época, o Governo do Estado investiu R$ 50 milhões no combate aos incêndios florestais.

Entre 1º de janeiro e 23 de junho de 2024, foram registrados 3.262 focos de incêndio, número 22 vezes maior do que o do mesmo período do ano anterior. Corumbá, no Pantanal, registra aproximadamente 1.291 focos. No entanto, é no bioma do Cerrado que está a maior concentração de áreas em chamas desde o início do ano (12.097).

“Em Corumbá, os barcos e hotéis podem se deslocar e têm uma extensão de 300 quilômetros de navegação, o que permite a busca dos melhores pontos para pesca. Por isso, a atividade está operando normalmente. Na Serra do Amolar, temos neste momento,  grupos de turistas estrangeiros fazendo trekking, observação de aves e ecoturismo.

Em Miranda, outra cidade pantaneira, não há sinal de fogo, então tudo segue em plena atividade. As pessoas esquecem da dimensão do Pantanal. Mesmo em 2020, quando os incêndios foram catastróficos, o impacto no turismo foi baixo, pois conseguimos atuar com segurança”, reforça Wendling.

A preocupação nacional com os efeitos negativos no bioma se manifesta na fala de líderes políticos, como a ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva, que declarou recentemente estarmos: “diante de uma das piores situações já vistas no Pantanal”.

No entanto, a ministra também tranquilizou a população, afirmando que “pela primeira vez, houve um plano de enfrentamento a incêndios no Pantanal. Nós fazemos políticas públicas com base em evidências. Já sabíamos que este ano seria severo. Toda a bacia do Paraguai está em escassez hídrica severa”.

A imagem do Pantanal e do Estado ficou abalada, e tais sinais já podem ser sentidos no turismo, embora em menor grau. “Infelizmente, houve alguns cancelamentos. Duas ou três pousadas que trabalham com pesca esportiva ou ecoturismo relataram pedido nos últimos dias. Entretanto uma pesquisa com dezenas de hospedagens mostrou um impacto econômico baixo até o momento. Nossa missão é continuar comunicando com clareza e manter a segurança de todos e reforçar que os acessos ao Pantanal estão todos abertos, seja via aeroporto ou estradas”, complementa Wendling.

Pantanal: Incêndio criminoso e consequências a longo prazo

incendio fogo pantanal (Agência Brasil:Joédson Alves)

Governos do MT, MS e AM proibiram uso do fogo em pastagens até o final do ano (Agência Brasil/Joédson Alves)

Para combater as chamas, o Governo do Mato Grosso do Sul anunciou a liberação de R$ 100 milhões para ações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além do envio de brigadistas e agentes da Força Nacional.

“O que temos é um agravamento de um problema climático, como as chuvas no Rio Grande do Sul. Sabíamos que a seca atingiria a Amazônia e o Pantanal. Nesse período, não há incêndio por raio, mas por ação humana”

Atualmente a operação conta com 175 brigadistas do Ibama, 40 do ICMBio e 53 combatentes da Marinha, atuando em conjunto com polícias e bombeiros locais. Marina Silva apontou para um “novo normal”, prevendo a pior estiagem dos últimos 70 anos, causada principalmente por ações humanas, que respondem por 80% dos focos de queimadas em propriedades privadas.

“Infelizmente, até hoje, não foi aprovada a Lei do Manejo Integrado do Fogo, mas gostaríamos que fosse, especialmente em caráter emergencial”

“O que temos é um agravamento de um problema climático, como as chuvas no Rio Grande do Sul. Sabíamos que a seca atingiria a Amazônia e o Pantanal. Nesse período, não há incêndio por raio, mas por ação humana. Infelizmente, até hoje, não foi aprovada a Lei do Manejo Integrado do Fogo, mas gostaríamos que fosse, especialmente em caráter emergencial”, endossa Silva.

É válido adicionar, que em vigência há um pacto entre os governos do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e estados da Amazônia, proibindo o uso do fogo em pastagens até o final do ano, e seu descumprimento será considerado delito. Silva também destacou que Corumbá é um dos municípios que mais desmata, e logo, um dos mais atingidos pelos incêndios. “Mesmo os fogos controlados, permitidos no Pantanal, estão proibidos por determinação dos governos estaduais”, concluiu.

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