MARICÁ – A ideia que o professor Carlos Costa, da Universidade de Aveiro, em Portugal, repassou, principalmente para os representantes de Conventions & Visitors Bureaux fluminenses no 6° Congresso Estadual Empresarial de Turismo, realizado em Maricá, foi de modernização e de renovação da forma de atuar junto ao trade e destinos turísticos de cada município e região do Estado do Rio de Janeiro.
“Os Conventions podem ter um papel renovado em relação à governança do turismo aqui do Estado do Rio e no Brasil. Isto porque o turismo está mudando muito rapidamente e aquilo que antes tínhamos, trabalhávamos era uma atividade do turismo que fazia meramente promoção”, observou, lembrando que as pessoas promoviam, promoviam e apenas atraíam mais pessoas.
Contudo, assinala o professor, “aquilo que deixamos como legado chegamos à conclusão que é preciso mais, sim, a promoção, claro, mas também de forma gerida de modo e fazer negócio com os turistas”.
Para Carlos Costa, os Conventions e o Visitor Bureau têm a capacidade de atrair clientes e depois, ao terem uma rede de parceiros que são associados, podem fazer as duas coisas. Isso é fundamental, principalmente porque o Brasil é um país do tamanho do mundo. “A política pública nunca funcionará bem a partir, meramente de Brasília, e digo isto sem nenhum desrespeito tomando como exemplo Portugal, um país muito menor, do tamanho do Rio de Janeiro, com 10 milhões de habitantes, e a política pública não conseguiu funcionar dessa forma”.
“Os Conventions Visitor Bureaux podem e devem ter um papel renovado e relevante no futuro do turismo do Brasil. Na verdade, as práticas que hoje já estão sendo usadas em Portugal podem vir para cá, mas o Brasil ainda, não digo que está atrasado, mas o Brasil por ser muito grande ainda tem dificuldades.
O país só recebe 6 milhões de turistas estrangeiros e 6 bilhões de euros de receita, enquanto Portugal atrai 30 milhões de turistas todos os anos que geram 25 bilhões de euros. “Portanto, são imagens diferentes, resultados desassociados com o forte potencial turístico do Brasil e possibilidades de ampliar a atividade turística. O Brasil deve e tem que crescer mais e mais rapidamente, porém tem que, obviamente, abraçar novos desafios”, finalizou.