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Boi Caprichoso vence Festival de Parintins 2024, conheça o enredo e veja fotos

Boi Garantido no Festival de Parintins 2024 (Ana Azevedo/M&e)

Boi Caprichoso é o campeão do Festival de Parintins 2024 (Ana Azevedo/M&e)

PARINTINS – Chegou ao fim o Festival Folclórico de Parintins, que neste ano, aconteceu entre os dias 28,29 e 30 de junho, no Bumbódromo de Parintins, no Amazonas, e com ele o resultado de que o Boi-Bumbá Caprichoso foi campeão. Para a edição, o Caprichoso concorreu a sua terceira vitória histórica, enquanto o Garantido buscou a 33 ª conquista.

Boi Caprichoso e o “Triunfo do Povo”

O Boi-Bumbá Caprichoso conquista o tricampeonato (Ana Azevedo/M&E)

O Boi-Bumbá Caprichoso conquista o tricampeonato (Ana Azevedo/M&E)

Com o tema “Cultura – O Triunfo do Povo”, que foi dividido em três atos: “Raízes: O entrelaçar de gentes e lutas”, “Tradições: O Flamejar da Resistência Popular” e “Saberes: O Reflorestar das Consciências”, o Boi-Bumbá Caprichoso se consagrou campeão da edição 2024 do Festival de Parintins, acumulando sua terceira vitória histórica.

As apresentações destacaram a importância da cultura parintinense, por meio de um mosaico de saberes e resistências. Com a narrativa “Raízes: O entrelaçar de gentes e lutas”, foi apresentada a origem multicultural do Boi Caprichoso, a preservação das tradições e a força de resistência do povo parintinense.

Já no sábado 30, o ato “Tradições: O Flamejar da Resistência Popular” homenageou as gerações que mantiveram viva a tradição do Boi-Bumbá Caprichoso. As histórias de homens e mulheres que sustentaram essa tradição foram reverenciadas, evidenciando a continuidade e a resistência cultural do povo.

E em sua última noite no Festival de Parintins, a apresentação “Saberes: O Reflorestar das Consciências” encerrou o espetáculo. Aqui, a importância do saber criativo e das experiências culturais na preservação da floresta e das tradições dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos foram abordadas.

No contexto geral, o Boi Caprichoso se reafirmou como um defensor da cultura e das causas ambientais, refletindo os anseios e a força popular da Amazônia. Protestos políticos e pedidos de união do povo para preservação da Amazônia foram protagonizado no Festival de Parintins.

Em complemente à história, o Boi Caprichoso deu um show na complexidade dos figurinos, que se mostraram harmônicos nas combinações de cores, estampas e composição geral da cena, bem como das alegorias, cheias de efeitos especiais, que encantaram não só a sua torcida, como a do Boi contrário. Veja na galeria abaixo um resumo dos três dias apresentações do Boi Caprichoso no Festival de Parintins.

Galeria: Boi Caprichoso

Festival de Parintins: a competição

Bumbódromo de Parintins (Tácio Melo e Tadeu Rocha/Amazonastur) Festival de Parintins

Bumbódromo de Parintins (Tácio Melo e Tadeu Rocha/Amazonastur)

O Festival de Parintins ocorre no último fim de semana de junho, dividido em três noites. Cada boi se apresenta no Bumbódromo por um tempo mínimo de 2 horas e máximo de 2 horas e 30 minutos. Durante a apresentação de um boi, a torcida adversária, chamada de ‘galera’, deve permanecer em silêncio, sob risco de punição para o boi.

Os bumbás baseiam suas apresentações em temas anuais e as agremiações lançam um álbum anual com cerca de vinte toadas, músicas tradicionais do boi-bumbá, que podem ser usadas tanto do álbum atual quanto de anos anteriores durante o espetáculo.

Cada boi, Garantido e Caprichoso, busca impressionar os jurados em 21 quesitos, conhecidos como ‘itens’. Além desses, há segmentos não julgados, como Pai Francisco e Mãe Catirina, que enriquecem o espetáculo. Os itens são organizados em três blocos:

  • Bloco A: Quesitos comuns e musicais.
  • Bloco B: Itens de cenografia e coreografia.
  • Bloco C: Elementos artísticos do evento.

A avaliação é feita por uma comissão de jurados, composta por:

  • Um presidente da comissão
  • Três jurados para o Bloco A
  • Três jurados para o Bloco B
  • Três jurados para o Bloco C.

Cada noite do festival é avaliada separadamente. Na segunda-feira, 1 de julho, após o último dia de apresentações, ocorre a apuração. Das três notas atribuídas a cada item, a menor é descartada. O boi vencedor é aquele que acumula mais pontos no somatório geral dos blocos ao longo de todas as noites.

Itens julgados no Festival de Parintins

Os jurados avaliam 21 itens, divididos entre individuais e coletivos:

    1. Apresentador
    2. Levantador de toadas
    3. Batucada ou Marujada
    4. Ritual indígena
    5. Porta-estandarte
    6. Amo do boi
    7. Sinhazinha da fazenda
    8. Rainha do folclore
    9. Cunhã-poranga
    10. Boi bumbá (evolução)
    11. Toada (letra e música)
    12. Pajé
    13. Tribos indígenas
    14. Tuxauas
    15. Figura típica regional
    16. Alegorias
    17. Lenda amazônica
    18. Vaqueirada
    19. Galera
    20. Coreografia
    21. Organização do conjunto folclórico

Boi-Bumbá Garantido e os “Segredos do Coração”

Boi Garantido no Festival de Parintins 2024 (Ana Azevedo/M&e)

Boi Garantido no Festival de Parintins 2024 (Ana Azevedo/M&E)

Campeão do Festival Folclórico de Parintins 32 vezes, o Boi-Bumbá Garantido protagonizou o show “Segredos do Coração” no Bumbódromo, durante a edição de 2024, destacando a resistência e defesa da cultura popular na Amazônia.

A apresentação se dividiu entre os atos “A Menina dos Olhos do Mundo”, que abordou o segredo da Origem da Vida, baseado nas teorias indígenas dos Sateré-Mawé, trazendo sabedoria ancestral e a harmonia com a natureza, e enfatizando a importância da Amazônia, referida pelo poeta Thiago de Mello como “Menina dos Olhos do Mundo”. A defesa da floresta e os povos que a habitam, incluindo homenagens a figuras como Ajuricaba, Chico Mendes e Sônia Guajajara foram protagonizadas na primeira noite do evento.

Na segunda noite do Festival de Parintins, o Boi-Bumbá Garantido celebrou a ancestralidade amazônica, destacando a cidade de Lindolfo Monte Verde, onde o boi foi criado. Uma homenageou as figuras que moldaram a identidade do Garantido, como Dona Xanda e outros mestres da Baixa do São José estiveram em foco. A narrativa enfatizou a mistura cultural entre indígenas, negros e brancos, destacando a importância da palavra poética e da resistência cultural.

No último ato, o bumbódromo do Festival de Parintins foi palco para mostra da transcendência e a união de todos, independentemente de gênero, raça ou credo. Inspirado na frase do escritor indígena Ailton Krenak, “O futuro é ancestral”, o Boi Garantido apontou para um futuro baseado nos saberes dos povos ancestrais. O espetáculo destacou a esperança e a necessidade de enfrentar desafios climáticos com sabedoria e equilíbrio, exemplificada pelo ritual jeroky do povo Guarani Kaiowá.

A torcida incansável, o corpo de bailarinos dedicados e sincronizados chamaram a atenção do público, e vale ressaltar, que além de arte, histórica e cultura, o Boi Garantido também entregou muita provocação ao Boi Contrário, apontando suas 32 vitórias como mote para as alfinetadas. Veja na galeria abaixo um compilado dos melhores momentos do Boi Garantido, nas três noites do Festival de Parintins.

Galeria: Boi Garantido

*O M&E viaja com proteção da GTA e apoio da Shift Mobilidade.

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